segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O mais sincero e pessoal possível

Por 17 anos consegui esconder a maioria das coisas que sentia, fossem elas boas ou ruins. Nunca escondi que me acho melhor com as palavras do que com ações. Guardei pra mim a maioria dos esboços de sorrisos e quase todas as lágrimas foram contidas. Não me arrependo.

Quando tudo parecia estar certo e concreto, todos os meus planos mudaram. O que era sonho se transformou na saudade do nunca vivido e eu me enganava achando que a minha vida permaneceria a mesma. Acabei acreditando na minha própria ilusão.

Cedo ou tarde, isso acabaria. E, pois é, acabou.

Como pode algo que antes era mínimo se tornar tão significativo e essencial? Eu não incluía nada disso nos meus planos e agora é tudo tão diferente. É tão... melhor.

Quando crescem as pessoas começam a procurar um sentido em suas vidas. Algumas o encontram no trabalho, outras na formação de uma família. Eu encontrei o meu sentido. O olhar dele não só é cheio de desejo como também de orgulho. O abraço não só me aquece como também me protege. A voz dele não só me derrete como também me acalma.

Sabe qual a melhor parte disso tudo? A minha certeza de reciprocidade. Como seria dito em inglês “to be in love with someone” e “to love someone” são coisas completamente diferentes. Fico com a primeira opção pra mim.

Quando passam a sentir o que eu sinto, as pessoas começam a ver as coisas de um jeito diferente. Essa coisa complexa e incomensurável que tenho dentro de mim é o que dá sentido pra minha vida. O que me faz deitar e levantar todos os dias e sorrir ao ver meu reflexo no espelho.

Talvez nem todos conheçam ou dêem a importância que o amor merece. A verdade mesmo é que essas pessoas só vão entender de verdade quando sentirem tudo isso na própria pele. Eles precisam entender que gostar de alguém, ficar com esse alguém e conseguir planejar o futuro sem esse alguém não é amor. É paixão. E paixão passa. Passa e pode deixar cicatrizes. Já o amor fica e deixa as mais doces recordações que uma vida pode ter.

E você? Já disse "eu te amo" hoje? Não que eu queira que isso se torne algo banal, mas se tem uma lição que eu aprendi muito bem é: não existem excessos quando se trata de amor. Os limites existem, mas isso é básico de qualquer relação humana. Ou não? :)

2 comentários:

Eduardo disse...

Quando as pessoas amam e se sentem amadas elas acabam entendendo tudo isso que você está dizendo. Antes disso eu não entenderia uma linha do que você escreveu, mas felizmente hoje eu entendo.

Priscilla disse...

Exatamente, Edu! Pra quem não ama, tudo isso é só um monte de besteiras...