sábado, 9 de dezembro de 2006

Vontades que vêm do nada...

...tipo a de postar aqui.

Mas ein, uma coisa é verdade: eu realmente odeio comentários de autores em livros de poesia e eu realmente amo rabiscar e comentar tudo das formas mais bizarras possíveis. e imagináveis. ou não. tá, tudo bem, eu faço à lápis porque sou perfeccionista demais pra ler tudo depois e evitar passar minha faber-castell branca de capa verde. ah, aliás, eu nunca terminei uma borracha. será que eu sou traumatizada com isso? vá saber.

Ah, e a vontade de postar passou.

sábado, 25 de novembro de 2006

Sentimento de indiferença

Final de ano na escola, de toda uma vida, com as mesmas pessoas ao meu redor e, praticamente, as mesmas situações acontecendo. Começam as choradeiras, as palavras de conforto, as saudades. Tudo isso é normal pra grande maioria... menos pra mim.

Por algum motivo ainda não identificado, não estou triste, muito menos chateada, brava ou nostálgica. Sabe aquele sentimento de insegurança e medo de perder as boas amizades que você cultivou durante meses, anos ou décadas? Pois é, eu não o tenho. Pela primeira vez em toda minha vida estou certa das pessoas que ficarão, das que farei o possível e o impossível para que fiquem e as que irão, com ou sem algum esforço.

O mais engraçado de tudo isso? Eu passei onze anos da minha vida naquele lugar. Vejo alguns que entraram há dois ou três anos e com eles é tudo tão diferente.

É, talvez eu não seja mesmo normal. Mas, quem é?

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Saudade dói

Esse texto é do Miguel Falabella e eu acho uma gracinha...

Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua,
dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.

Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor,
Ou quando alguém ou algo não deixa que esse amor siga,
Ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania
de estar sempre ocupada;
se ele tem assistido às aulas de inglês,
se aprendeu a entrar na Internet
e encontrar a página do Diário Oficial;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzebier;
se ela continua preferindo suco;
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ela continua detestando o MC Donald's;
se ele continua amando;
se ela continua a chorar até nas comédias.

Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos;
não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;

Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você,
provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...

sábado, 30 de setembro de 2006

O observador

Uma tarde de sábado. Enquanto meu pai lavava o carro, minha mãe fazia um daqueles deliciosos bolos de cenoura com chocolate e meu irmão mais velho, como sempre, trancafiado naquele quarto escuro e vazio jogando no seu super video-game moderno um daqueles violentos e sangrentos jogos que ele tanto gostava. Eu, deitado na rede, olhava pro céu. Um coelho, um avião, até uma tartaruga eu avistei! Na verdade vi nas nuvens o reflexo de um menino solitário e inconstante... como eu.
De fato isso sempre foi algo perturbante pra mim. Eu nunca entendi como não conseguia ser o mais popular, o mais engraçado ou até mesmo o mais inteligente da sala. Eu não era nem gordo e nem magro, nem alto e nem baixo, nem burro e nem inteligente. Não tinha apelidos e ninguém nunca quis dar uma surra em mim, tomar o lanche ou figurinhas de mim. os dias que eu faltava eram dias extramente comuns no colégio para os outros.
- Por favor, qual a matéria que o professor de matemática deu?
- Ah. Eu nem lembro, meu! você não anotou a aula ontem?
- É que eu faltei.
Talvez a acomodação fosse sempre a minha base estrutural. Eu poderia ser mais revoltado, mais tristonho. Mas não, comigo foi tudo tão diferente. Eu nunca culpei as pessoas ao meu redor por não sentirem minha falta. Sempre me culpei por ser não ser competente o suficiente pra me destacar entre tantos. Ah, é claro que eu tentei, poxa. Mas de uns tempos pra cá eu desisti e resolvi ser mais individualista. Nunca ninguém precisou de mim, por que eu precisaria de alguém?
Em casa as coisas não eram muito diferentes. Meu pai sempre foi um cara esperto e persistente, não posso reclamar. Ele sempre fez o possível e o impossível pra dar à minha família tudo do bom e do melhor. pelo menos materialmente. Já minha mãe parecia mais a babá da casa. Insegura, sempre descontava seus problemas em qualquer um. e bom, meu irmão era totalmente o oposto de mim. Rodeado por amigos (ou deveria dizer eu colegas por conveniência?), comunicativo e inteligente. Um pouco mentiroso às vezes, fazia de tudo pra sair em vantagem e passava por cima do que precisasse pra alcançar seus objetivos. Com todos eles sempre senti a mesma coisa: indiferença. É estranho mas nunca ouvi um "eu te amo" e, logo, nunca pude retribuir. olhando as nuvens, bateu uma vontade imensa de o fazer pela primeira vez. afinal, eu sou da família! Não seria preso e nem morto por isso.
E lá fui eu. ARGH! A frase "como eu sou tolo" girava na minha cabeça como o refrão da música mais grudenta. Dei de cara com minha mãe recolhendo as roupas do varal.
- Mãe, você tá ocupada?
- Um pouco, filho. pode falar!
- Ah. Sabe o que é...
- Vai filho, fala!
- Eu te amo.
- Ai que bonitinho! Agora dá licença que a mamãe precisa terminar de recolher toda essa roupa antes que chova. Deu na tv que vai cair um toró daqueles e ainda preciso olhar o bolo no forno pra ver se já posso tirar. Aliás, faça esse favorzinho pra mamãe. Dá uma olhada lá, vai filho.
Ah, tudo bem. Talvez ela esteja preocupada demais com outros problemas da casa, do meu pai. Isso não significa nada. Resolvi tentar o meu pai.
- Ô paiê, posso falar com o Senhor um instante?
- Filho, eu tô ocupado
- É rapidinho...
- Tá, então fala logo.
- Ah é que...
- 'É que' o quê, garoto?
- Eu te amo, pai
- Tá, brigado filho. Agora toma um dinheiro pra você tomar um sorvetinho ali na padaria, toma. O papai tem mais o que fazer do que ficar ouvindo essas suas baboseiras.
É, eu sei que tem muito mais o que fazer. Meu pai é meio stressado. Talvez seja por isso, oras. Ele tem sempre muito trabalho e pouco tempo. Vou tentar meu irmão, né? Quem sabe. A esperança é a última que morre!
- Celso, será que a gente pode conversar?
- Não, muleque. Sai do meu quarto agora se não eu vou chamar a mãe!
- Mas eu não tomar muito do seu tempo e...
- Ô MÃÃÃE, TIRA O HUGO DAQUI, ELE TÁ ME IRRITANDO!
- Tá, tá. Tô saindo, calma!
Ah, meu irmão é meio esquentadinho. Ok. Acontece. Ele não é e nunca foi dos mais carinhosos mesmo. Resolvi ir tomar meu sorvete. Olhei pra cima e pensei nas nebulosas. Será que eu se eu fosse uma estrela faria diferença pra elas se minha luz se apagasse? E foi pensando nisso que no caminho, um caminhão desgovernado acima do limite de velocidade me atingiu.
Hoje estou aqui contando toda minha história e querendo mostrar à você uma coisa: você pode não ser alguém pro mundo, mas com certeza você é o mundo pra alguém. Nem todas as pessoas sabem dizer "eu te amo" ou agir de forma meiga e carinhosa. No entanto, isso não significa que você não seja amado. Sempre que puder, seja com palavras ou ações, demonstre seu carinho por aqueles que você realmente gosta e faça esses se sentirem especiais. As pessoas são diferentes, respeite essas diferenças. Não as trate igualmente. Sentimentos não podem ser colocados em uma balança e serem medidos. A intensidade deve ser a mesma, o que muda mesmo é a forma de demonstrar esse sentimento. E lembre-se: nem todos são e devem ser como você. Portanto, não seja um acomodado como fui e mude se julgar necessário. Ainda há tempo.

-

Sim, tem milhões de erros mas eu não tô me importanto muito com isso agora, espero que vocês também não...
xx

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Eu te amo não diz tudo

Ele diz que te ama, então tá! Ele te ama. Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.

Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de quilômetros. A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que coloca-se e que dá uma sacudida em você quando for preciso. Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d'água.

Sente-se amado aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora, sente-se e escute: Eu te amo não diz tudo! Se ainda não ama, aprenda a... amar.

um beijo especial pro Titus por me encorajar a postar >.< e pro Gláucio por ter me apresentado o texto :P

sexta-feira, 16 de junho de 2006

terça-feira, 16 de maio de 2006

Nonsense

Fiquei muito tempo olhando pra esse frame e pensando o que eu ia escrever. Aliás, acho que ainda não sei, sei lá. Eu queria muito achar palavras que definissem tudo, mas são tantas coisas e de uma só vez, que não sei nem por onde começar.
Como eu posso resumir tudo? São decepções, mentiras, ilusões e péssimas surpresas. Claro, não necessariamente nessa mesma ordem. Ahhhhhhh. Uma grande amiga minha tem razão. Eu penso demais. Ou melhor, eu penso mais do que deveria...

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Dos nossos males

Hoje uma do livro e do meu poeta favorito.
"Espelho Mágico", Mário Quintana.

"A nós nos bastem nossos próprios ais,
Que a ninguém sua cruz é pequenina.
Por pior que seja a situação da China,
Os nossos calos doem muito mais"

...e o pior: sempre mais e mais.

domingo, 16 de abril de 2006

Ich verstehe nicht!



cara, eu não entendo
não entendo porque não entendo como não posso entender.
porque sabe, eu sei que posso entender, só que por não entender, eu acabo não entendendo, entende? eu sei que entende...

e eles se acham tão inteligentes e maduros, e não passam de crianças. de que adianta ter experiências de vida se não as usam pra nada?

vago.

domingo, 26 de março de 2006

Bah.

Hoje não tem história, não tem música, não tem frase, não tem porra nenhuma. Eu só queria deixar aqui o meu desabafo, que até hoje simplesmente não me conformo com certas coisas e principalmente, com certas pessoas. NÃO ME CONFORMO!

(e não, você não precisa entender)

Ando meio desligada e sem tempo pra postar por aqui...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2006

Condicional

Quis nunca te perder
Tanto que demais
Via em tudo céu
Fiz de tudo cais
Dei-te pra ancorar
Doces deletérios

E quis ter os pés no chão
Tanto eu abri mão
Que hoje eu entendi
Sonho não se dá
É botão de flor
O sabor de fel
É de cortar

Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar e ver
Antes de te ter e de ser teu, muito bem

Quis nunca te ganhar
Tanto que forjei
Asas nos teus pés
Ondas pra levar
Deixo desvendar
Todos os mistérios

Sei, tanto te soltei
Que você me quis
Em todo o lugar
Li em cada olhar
Quanta intenção
Eu vivia preso

Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu
O que eu queria, o que eu fazia, o que mais?
E alguma coisa a gente tem que amar
Mas o que, não sei mais

Os dias que eu me vejo só são dias
Que eu me encontro mais e mesmo assim
Eu sei também existe alguém pra me libertar

domingo, 22 de janeiro de 2006

O Guardador de Ilusões

1888, Vila de Santo Antônio. Mansardas famintas do pão. Mansão faminta d’alma. Dentre luxuosas paredes e quadros, espelhos refletem perplexos eus trancafiados, presos no breu. Helena frente ao espelho, “Um outro mundo existe... uma outra vida... Mas de que serve ires para lá? Bem como aqui tu’alma atônita e perdida nada compreenderá”. Fere-a Machado com a dor da realidade.
Horácio, escravo amigo, que vivia com a família, tinha uma incrível percepção e sempre clamava um velho refrão: “Helena vive num mundo de ilusão”. Considerado um louco por suas manias, vivia a lembrar da vida que tinham e sempre trazia Helena no coração. Aquela musica que somente ele ouvia, fazia de sua vida uma eterna peregrinação. Escondido e surpreso com a cena que acabara de testemunhar, pôs-se em frente ao espelho a falar “Espelho mágico, ensina-me um adágio para livrar Helena de seu fardo”. O espelho aconselha: “Prepare um jantar encantado”.
Nos livros que herdara do Sr. Simão, Helena mergulhava sua frustração, entre a Mão e a Luva, uma aliança perdida, o Par Perfeito, Ressurreição...
- Sinhá! O jantar está à mesa
Na sala amarga de jantar, o cravo e sua rosa, o garfo e a faca, a vela e o castiçal, 8 pares de cadeiras nuas, mesa posta para um. Cálice e vinho, a ausência do que comemorar. Nas mãos negras a bandeja de prata iniciava a refeição. Horacio pedia: “Fiz desta sopa a poção para trazer de volta à sua vida a paixão”. Da carne que comia as fibras reconstruíram seu coração, do tempero a magia, a surpreendente sedução.
Dois ponteiros unidos DoM! DoM! DoM! Anunciaram a revelação. Helena relembra o dia em que o noivo lhe pedira a mão, mas sempre em busca do amor perfeito acabou se desfazendo de sua paixão.
Arrependida de seu ato insano dirigiu-se ao piano e tocou a doce cantiga dos esponsais. (Se eu casar talvez seja feliz).

sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

Mudança de Temperatura

Nos fios telegráficos pousaram uma, duas, três, quatro andorinhas.
Olham de um lado e outro... Irão partir?
Sobre as cercas rasas do arrabalde, os girassóis espiam como girafas...

Alienação


Tevê luxo
Tevê lixo
Tele visão
Tele lixo visão
Visão de teleluxo
Visão em cores de mundo lixo
mundo louco em decomposição
lixeira de visões televisonadas.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

Teoria do Caos

Seria Carlos Drummond de Andrade um seguidor do movimento emocore? Com seus óculos pretos e de armação grossa, seus textos extremamente melancólicos e tristes, onde em grande parte têm como assunto as muitas desilusões amorosas da vida e as maiores perdas de um ser humano qualquer. Textos que não envelhecem, que não cansam e que intimidam qualquer pessoa. Não. Definitivamente não. A personalidade dele não poderia ser tão fraca a esse ponto.

Carlos Drummond de Andrade

Necrológio dos desiludidos do amor

Os desiludidos do amor
estão desfechando tiros no peito.
Do meu quarto ouço a fuzilaria.
As amadas torcem-se de gozo.
Oh quanta matéria para os jornais.
Desiludidos mas fotografados,
escreveram cartas explicativas,
tomaram todas as providências
para o remorso das amadas.
Pum pum pum adeus, enjoada.
Eu vou, tu ficas, mas nos veremos
seja no claro céu ou turvo inferno.
Os médicos estão fazendo a autópsia
dos desiludidos que se mataram.
Que grandes corações eles possuíam.
Vísceras imensas, tripas sentimentais
e um estômago cheio de poesia.
Agora vamos para o cemitério
levar os corpos dos desiludidos
encaixotados competentemente
(paixões de primeira e segunda classe).
Os desiludidos seguem iludidos,
sem coração, sem tripas, sem amor.
Única fortuna, os seus dentes de ouro
não servirão de lastro financeiro
e cobertos de terra perderão o brilho
enquanto as amadas dançarão um samba
bravo, violento, sobre a tumba deles.

e o texto é pra você-sabe-quem, que me entende e que pensa como eu, por motivos mais do que óbvios. e vê se dorme! :*

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

Perigo

Pedaços da noite passada
Pela sala, e pelo quarto
Eu acordei procurando
As minhas pernas
E meus braços
Devagar, pra não pisar
Em espelhos quebrados
Raios, distorção
E nos pecados que eu cometo
Quando ela pergunta sorrindo
Se eu ainda quero mais
A rua deve ter acordado
No meio da madrugada
Tentando saber quem deve ter sido
E quem não dormiu
Devagar, pra não arranhar
O que sobrou intacto
Raios, distorção
E nas fogueiras em que eu me jogo
Quando ela pergunta sorrindo
Se eu ainda quero mais

Cuidado: ela morde.